sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Uma pequena explicação sobre o que está a acontecer na ilha da Fuzeta.

Porque estamos numa ilha importa dar uma pequena explicação sobre o que está a acontecer noutra ilha.

Em primeiro lugar há que referir que a “ilha da Fuzeta” não é mais do que a ponta Este da ilha da Culatra. Esta ilha tem 8 kms de comprimento e a outra ponta, a Oeste, localiza-se perto de Olhão.

É uma ilha barreira pelo que é natural e normal que a haja variações na sua forma sendo uma estrutura muito móvel. Mais informação sobre ilhas barreira aqui: http://www.glencoe.com/sec/science/webquest/content/barrierisland.shtml

Na figura seguinte podemos ver a situação actual na ilha da Fuzeta.

Podia pensar-se que se o mar abrir uma nova barra teremos uma mudança inédita na configuração da ilha com consequências desconhecidas.

Mas basta recuar no tempo 40 anos para constatar que a barra da Fuzeta já esteve onde o mar está agora a abrir caminho.
De facto a casa dos salva-vidas da Fuzeta foi construída em frente à antiga barra para assim proporcionar uma rápida saída para o mar.


A re-abertura da barra no local antigo vai trazer mais correntes e ondulação à localidade da Fuzeta mas vai também melhorar a qualidade da praia junto à povoação permitindo fazer praia sem ter de apanhar o barco para a ilha.

Porquê então tanto barulho e comoção por causa de algo natural e normal?

A resposta está nos interesses económicos e políticos, veja-se:
  • Existem viveiros na zona que ficará mais exposta a correntes e ondulação marítima.
  • Com a melhoria da praia em terra os barcos que fazem carreira para a ilha terão menos clientes.
  • Os negócios em torno das construções ilegais na ilha diminuirão (restauração, aluguer de casas, etc.)
  • As novas construções na zona marginal ficarão mais expostas à ondulação e correntes (não se percebe como se constrói à beira da água em pleno Parque Natural).


1 comentário:

Nuno Sousa disse...

Boa explicação dos fenómenos puramente naturais... que muitos chamam catástrofes! Este termo advém apenas do simples facto de o Homem se ter metido onde e com quem não devia!