Quando eu era criança só conhecia o champô Johnson, aquele amarelo translúcido.
Por vezes, quando ia a casa da minha tia que vivia em Lisboa, ficava maravilhado com um champô de maçã que ela comprava numa loja de produtos naturais! Aquilo cheirava mesmo a maçãs!
Confesso que tenho alguma nostalgia desse tempo em que as escolhas, no que toca a champô, eram entre coisas simples como o ovo e a maçã.
Hoje em dia colocam-se os mais exóticos e inesperados ingredientes nos champôs como forma de nos convencer que uns serão melhores que outros.
Acabo por sentir algum desespero quando me vejo confrontado com a imensidão de escolhas.
Devo optar por champô com:
-Grão de café africano?
-Nácar? (Nácar é o mesmo que madrepérola)
-Silicone, extratos de lichia, romã e bambu?
-Geleia real?
-Extracto vegetal de erva cidreira e louro?
-Verbena e tomilho?
-Manjerona e gengibre?
-Amêndoa doce, canela da china, cravo-da-índia, erva-doce, noz-moscada e castanha-da-índia?
-Chá verde?
-Azeite de oliveira?
-Iogurte natural com maçã?
-Lã de cashemira?
-Extracto de rubi?
-Extracto de caviar, nanoplastina, proteína peptídica e biosaccharaide gum-4?
-Com Levedo de Cerveja e Extracto de Algas Marinhas?
-Extracto de Cardo, Vitamina B5 e Açúcares Naturais?
-Extracto de Neem, Óleo Essencial de Calêndula e Vitamina A?
-Extracto de Urtiga e silício?
O desespero da escolha leva-me a pensar da maneira habitual, escolho o mais barato ou então uso só mesmo sabão azul e branco!
(Se acham que um boa parte da lista foi inventada então procurem numa loja de cosméticos ou na net e supreendam-se!)
domingo, 30 de agosto de 2009
A felicidade é contagiosa?
Esperemos que sim!
Bem sabemos como um sorriso nos pode fazer sorrir também, ou como as gargalhadas de alguém nos podem deixar a rir sem saber bem de quê...
O psicólogo Richard Wiseman, da Universidade de Hertfordshire, Reino Unido, estudou o caso e diz que sim, que é verdade. Segundo o investigador, as emoções são contagiosas e acredita que as pessoas possam passar felicidade para aqueles que as rodeiam, ajudando assim a “alegrar o mundo”.
E vocês, o que acham? Sigam o link acima, da Ciência Hoje, leiam a notícia completa e digam-me coisas!
O psicólogo Richard Wiseman, da Universidade de Hertfordshire, Reino Unido, estudou o caso e diz que sim, que é verdade. Segundo o investigador, as emoções são contagiosas e acredita que as pessoas possam passar felicidade para aqueles que as rodeiam, ajudando assim a “alegrar o mundo”.
E vocês, o que acham? Sigam o link acima, da Ciência Hoje, leiam a notícia completa e digam-me coisas!
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Um grande "Eia!" para a liberdade de expressão
"(...)
Eia! eia! eia!
Eia electricidade, nervos doentes da Matéria!
Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do Inconsciente!
Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez!
Eia todo o passado dentro do presente!
Eia todo o futuro já dentro de nós! eia!
Eia! eia! eia!
Frutos de ferro e útil da árvore-fábrica cosmopolita!
Eia! eia! eia! eia-hô-ô-ô!
Nem sei que existo para dentro. Giro, rodeio, engenho-me.
Engatam-me em todos os comboios.
Içam-me em todos os cais.
Giro dentro das hélices de todos os navios.
Eia! eia-hô! eia!
Eia! sou o calor mecânico e a electricidade!
Eia! e os rails e as casas de máquinas e a Europa!
Eia e hurrah por mim-tudo e tudo, máquinas a trabalhar, eia!
Galgar com tudo por cima de tudo! Hup-lá!
Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá!
Hé-la! He-hô! H-o-o-o-o!
Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z!
Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!"
Eia! eia! eia!
Eia electricidade, nervos doentes da Matéria!
Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do Inconsciente!
Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez!
Eia todo o passado dentro do presente!
Eia todo o futuro já dentro de nós! eia!
Eia! eia! eia!
Frutos de ferro e útil da árvore-fábrica cosmopolita!
Eia! eia! eia! eia-hô-ô-ô!
Nem sei que existo para dentro. Giro, rodeio, engenho-me.
Engatam-me em todos os comboios.
Içam-me em todos os cais.
Giro dentro das hélices de todos os navios.
Eia! eia-hô! eia!
Eia! sou o calor mecânico e a electricidade!
Eia! e os rails e as casas de máquinas e a Europa!
Eia e hurrah por mim-tudo e tudo, máquinas a trabalhar, eia!
Galgar com tudo por cima de tudo! Hup-lá!
Hup-lá, hup-lá, hup-lá-hô, hup-lá!
Hé-la! He-hô! H-o-o-o-o!
Z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z-z!
Ah não ser eu toda a gente e toda a parte!"
poema Ode Triunfal de Álvaro de Campos/Fernando Pessoa
domingo, 23 de agosto de 2009
Amar e ser amado por aquilo que se é...
... e não por aquilo que se tem ou por aquilo que se faz, é o mais importante!
"A nossa primeira experiência do amor é sermos acarinhados numa condição nua e despojada. Os bebés não podem, por definição, retribuir os cuidados de que gozam com recompensas mundanas. Tanto quanto possam ser amados e protegidos, sê-lo-ão, pois, por aquilo que são - a identidade no seu estado mais essencial e cru. (...)
Só quando amadurecemos é que a afeição começa a depender do êxito dos nossos actos: de sermos simpáticos, bem sucedidos na escola e, mais tarde, de alcançarmos prestígio e estatuto."
in Status Ansiedade de Allan de Botton
"A nossa primeira experiência do amor é sermos acarinhados numa condição nua e despojada. Os bebés não podem, por definição, retribuir os cuidados de que gozam com recompensas mundanas. Tanto quanto possam ser amados e protegidos, sê-lo-ão, pois, por aquilo que são - a identidade no seu estado mais essencial e cru. (...)
Só quando amadurecemos é que a afeição começa a depender do êxito dos nossos actos: de sermos simpáticos, bem sucedidos na escola e, mais tarde, de alcançarmos prestígio e estatuto."
in Status Ansiedade de Allan de Botton
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
terça-feira, 18 de agosto de 2009
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Quem decide o nosso valor somos nós...
... e não deixem que ninguém vos convença do contrário!
"Num mundo ideal, seríamos mais impermeáveis. Permaneceríamos inabalados, quer fôssemos ignorados ou notados, enaltecidos ou achincalhados. Se alguém nos cumprimentasse de modo falacioso, não seríamos indevidamente seduzidos. E se, após procedermos a uma avaliação justa de nós próprios, nos tivéssemos decidido pelo nosso valor, o facto de alguém insinuar a nossa insignificância não nos deixaria magoados. Teríamos uma consciência exacta do nosso valor. Mas em vez disso, parecemos comportar uma pluralidade de perspectivas divergentes sobre as nossas personalidades. Reconhecemos sinais de inteligência como de estupidez, de humor e sensaboria, de importância e inanidade. E nestas condições tão volúveis, acaba por caber sempre à sociedade a última palavra na questão da nossa relevância. A negligência exalta as nossas auto-asserções negativas latentes, ao passo que um sorriso ou um cumprimento desencadeia a reacção inversa. Parecemos estar dependentes dos afectos dos outros para nos tolerarmos a nós próprios.
(...) Não é de admirar, portanto, que, também de um ponto de vista emocional, tanto quanto material, vivamos ansiosos quanto ao lugar que ocupamos no mundo."
"Num mundo ideal, seríamos mais impermeáveis. Permaneceríamos inabalados, quer fôssemos ignorados ou notados, enaltecidos ou achincalhados. Se alguém nos cumprimentasse de modo falacioso, não seríamos indevidamente seduzidos. E se, após procedermos a uma avaliação justa de nós próprios, nos tivéssemos decidido pelo nosso valor, o facto de alguém insinuar a nossa insignificância não nos deixaria magoados. Teríamos uma consciência exacta do nosso valor. Mas em vez disso, parecemos comportar uma pluralidade de perspectivas divergentes sobre as nossas personalidades. Reconhecemos sinais de inteligência como de estupidez, de humor e sensaboria, de importância e inanidade. E nestas condições tão volúveis, acaba por caber sempre à sociedade a última palavra na questão da nossa relevância. A negligência exalta as nossas auto-asserções negativas latentes, ao passo que um sorriso ou um cumprimento desencadeia a reacção inversa. Parecemos estar dependentes dos afectos dos outros para nos tolerarmos a nós próprios.
(...) Não é de admirar, portanto, que, também de um ponto de vista emocional, tanto quanto material, vivamos ansiosos quanto ao lugar que ocupamos no mundo."
in Status Ansiedade de Allan de Botton
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