terça-feira, 4 de agosto de 2009

Quem decide o nosso valor somos nós...

... e não deixem que ninguém vos convença do contrário!

"Num mundo ideal, seríamos mais impermeáveis. Permaneceríamos inabalados, quer fôssemos ignorados ou notados, enaltecidos ou achincalhados. Se alguém nos cumprimentasse de modo falacioso, não seríamos indevidamente seduzidos. E se, após procedermos a uma avaliação justa de nós próprios, nos tivéssemos decidido pelo nosso valor, o facto de alguém insinuar a nossa insignificância não nos deixaria magoados. Teríamos uma consciência exacta do nosso valor. Mas em vez disso, parecemos comportar uma pluralidade de perspectivas divergentes sobre as nossas personalidades. Reconhecemos sinais de inteligência como de estupidez, de humor e sensaboria, de importância e inanidade. E nestas condições tão volúveis, acaba por caber sempre à sociedade a última palavra na questão da nossa relevância. A negligência exalta as nossas auto-asserções negativas latentes, ao passo que um sorriso ou um cumprimento desencadeia a reacção inversa. Parecemos estar dependentes dos afectos dos outros para nos tolerarmos a nós próprios.
(...) Não é de admirar, portanto, que, também de um ponto de vista emocional, tanto quanto material, vivamos ansiosos quanto ao lugar que ocupamos no mundo."

in Status Ansiedade de Allan de Botton

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