terça-feira, 27 de outubro de 2009

O papel, onde é que está o papel? (ou a BURROcracia aplicada)

Era uma vez um senhor que abriu um negócio.
O negócio era simples: por uma quantia mensal esse senhor fazia manutenção e pequenas reparações em moradias e pequenas empresas.
Coisas como mudar lâmpadas fundidas, reparar uma torneira que pinga, limpar caleiras dos telhados, etc.
Esse senhor adquiriu uma carrinha comercial onde levava as ferramentas necessárias ao seu trabalho.
Além das ferramentas levava também algumas lâmpadas novas para substituir as que encontrasse fundidas.

Um dia, quando se deslocava a um cliente foi mandado parar pelas autoridades.
Estava tudo em ordem até que as autoridades mandaram abrir a bagageira.

Das irregularidades detectadas resultou a aplicação de uma multa de 1500 euros e apreensão da viatura.

Que irregularidades?

Não se está mesmo a ver?

Não tinha guia de transporte das lâmpadas novas que levava na bagageira.

Apesar do senhor não fornecer nenhum serviço de transporte de mercadorias entre clientes era suposto elaborar uma guia de transporte das lâmpadas de cada vez que se deslocasse com a viatura.

Face à multa de 1500 euros, que correspondia a 2 meses de lucro sem o qual não poderia alimentar a sua família e à apreensão da viatura que o fez perder vários clientes não teve outro remédio senão fechar o negócio.


Era uma vez outro senhor que abriu um negócio igual ao primeiro.
A vida corria-lhe bem e o negócio ia para a frente, e nunca teve problemas com as autoridades.
Qual era o seu segredo?

Fazia as guias de transporte?

Não!

Antes de levar lâmpadas novas no carro retirava-as da embalagem original e deitava-lhes algum pó para cima.


Moral da história: Adira ao simplex e seja amigo do ambiente, livre-se dessas burocráticas guias de transporte e mande reciclar as embalagens de peças de reserva!


E sim... a história é real para muitas pequenas e médias empresas que se dedicam à manutenção.

Aqui está um exemplo de uma guia de transporte para quem nunca viu...

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