terça-feira, 20 de outubro de 2009

Vivemos mesmo para trabalhar...

... ou o trabalho nem é o mais importante?

As lutas entre a mão-de-obra e o capital poderão já não ser, pelo menos no mundo civilizado, tão rudes como no tempo de Marx. Contudo, mal-grado os avanços nas condições de trabalho e na legislação laboral, os trabalhadores continuam a ser instrumentos de um processo em que a felicidade ou bem-estar material é necessariamente acidental. Por muitos laços de amizade que possam estabelecer-se entre o empregador e o empregado, por maior que seja a boa vontade manifestada pelos trabalhadores e por muitos anos que tenham dedicado ao seu mister, serão sempre obrigados a viver com a angústia que resulta da consciência da precariedade do seu status - do facto de este depender quer do seu próprio desempenho quer da saúde económica das suas organizações; de serem, portanto, um meio para a obtenção de lucros, e nunca, será sempre seu desejo no plano emocional, fins em si mesmos.

in Status Ansiedade de Allan de Botton

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